Olá tripulantes! Tudo bem?
Roe Mesquita é de Carapicuíba e Lucy Fidelis de Santo André, mas, foi em São Paulo que eles encontraram o lugar certo para juntar seus pincéis, tintas, lápis, papéis e ferramentas digitais. Ele é quadrinista, autor da série The Temple e ela é ilustradora, com trabalhos espalhados pelo mundo. Os dois formam um casal que respira cores.
Confira mais esta entrevista exclusiva e conheça um pouco desses grandes talentos:
M.R.G: (Para o Roe Mesquita) Você produz, periodicamente, uma série de quadrinhos com grande destaque nas mídias digitais, publicada em outros idiomas inclusive, fale um pouco sobre The Temple, seus personagens, seu enredo e como você desenvolveu a série:
Roe Mesquita: Bom, eu criei o The Temple como um treino. Uma vez um ex-professor meu o Joe Prado disse: ”Quer trabalhar com Quadrinhos, então faça Quadrinhos!”. Levei isto a sério, praticar no que é seu traz mais satisfação. Você tem mais liberdade criativa. Essa minha HQ é uma fantasia medieval, onde um avatar da Deusa dos Desejos aparece na Terra pedindo ajuda para conseguir chegar até seu Templo e acabar com o comércio e falsos profetas que há nele. Como eu sou uma pessoa muito questionadora, do tipo que vê filme e pergunta: “Por que eu iria ajudar ela? Não a conheço. Vai que é só uma maluca.” Tem filmes que o povo sai ajudando e nem sabe se é verdadeiro ou não...rs. Então o personagem Dan é como minha parte questionadora.
M.R.G: (Para a Lucy Fidelis) Você tem um estilo bem característico de ilustrar, rompendo os limiares das espécies, criando quimeras com a mistura de mulheres e as mais variadas coisas, desde animais a frutas, conseguindo criar, de maneira inusitada, imagens sensuais e chamativas. Fale sobre isso:
Lucy Fidelis: Bem... eu sempre gostei de desenhar mulheres, é divertido fazer ilustrações sensuais do meu ponto de vista feminino, e sou uma apaixonada por todos os tipos de animais! Então, juntei tudo isso para criar meu próprio universo, sempre com muitas cores, pois, colorir é algo que gosto de fazer. Sempre que sento para desenhar algo novo, só faço aquilo que gosto muito.
M.R.G: Para chegar até onde estão como ilustradores, vocês percorreram um grande caminho. Fale sobre essa construção de um trabalho sólido como ilustrador, roteirista e produtor:
Lucy Fidelis: Treino, treino e muito treino, e mais estudo! Não se pode ter preguiça quando você quer ser ilustrador/pintor/quadrinista ou qualquer outra coisa. Eu trabalho cerca de oito horas diárias, mais três horas do meu dia dedicado especialmente a estudos, sejam elas para treinar anatomia, colorir ou praticar novos estilos. Não passo um dia sem treinar, acredito que isso seja o ponto principal para todo trabalho. Atualmente as pessoas estão preocupadas em ficar "famosas" e perdem muito tempo se preocupando com "likes" e esquecem que para que as pessoas gostem dos trabalhos delas, elas precisam se dedicar e aprimorar seu trabalho, e claro, aprender a admirar arte e criticar menos. Fazer o que você faz com muito amor, como em toda profissão, você precisa gostar para se dedicar mesmo após "nãos e nãos", por que quando o sim começar a vir, você estará pronto para ele.
Roe Mesquita: Como ilustrador você tem que ser dedicado, treinar sempre e o principal, entregar os trabalhos no prazo. Não ter preguiça de estudar, sim eu sei que cursos são caros, porém, existem cursos gratuitos e bacanas em lugares como o SESC por exemplo. Outra coisa, nessa área, você precisa aprender a filtrar o que é uma crítica ao seu trabalho ou gosto pessoal.
M.R.G: (Para a Lucy Fidelis) Você também desenvolve trabalho como roteirista?
Lucy Fidelis: Sim, tenho alguns projetos de quadrinhos escritos que estou pondo em prática aos poucos, gosto muito de escrever roteiro. Todos os personagens que eu criei possuem algo escrito para eles.
M.R.G: Quais as referências e influências presentes na produção de cada um de vocês?
Lucy Fidelis: Quando decidi que seria desenhista, ainda muito criança, minhas influências principais foram os desenhos da Disney, A Dama e o Vagabundo, e "An American Tail - Fievel Goes West", tempo depois foram os animes que me encantaram, com aqueles personagens com cabelos longos e expressões exageradas que adoro. Atualmente tenho um misto de arte Europeia. A Europa é muito rica em estilos, especialmente os cartoons, e é muito influenciada por produções japonesas como Totoro, Ponyo e Castelo Animado.
Roe Mesquita: Caras como o Roger Cruz foi o que me fez querer ser desenhista de quadrinhos. Mas, quando comecei a estudar desenho Bruce Timm foi o que mais me inspirou, aquele traço mais cartoon e mais limpo me deixou louco. O que mais me atrai é arte no estilo Cartoon.
M.R.G: Como funciona essa mistura de casamento, família e materiais de desenho para todo o lado?
Lucy Fidelis: Um respeita muito o espaço do outro, no entanto, nos ajudamos bastante para aprimorar nosso trabalho. Buscamos juntos a satisfação artística. A grande vantagem é que nenhum dos dois fica "boladaço" em gastar com action figures ou muitos gibis.
Roe Mesquita: Pra mim flui naturalmente. Respeitamos o espaço um do outro, nos ajudamos, criamos coisas juntos. E como a Luciana disse, é muito mais fácil comprar HQ's e Action Figures. (Rs)
M.R.G: Deixe sites para as pessoas conhecerem melhor o trabalho de vocês:
Roe Mesquita: Acompanhem nossos trabalhos nos links abaixo:
M.R.G: Uma frase para fechar a entrevista:
Lucy Fidelis: Se você se preocupar menos com aquele cara que você acha que tem menos talento que você e está ganhando dinheiro e olhar pra si mesmo e correr atrás do seu melhor, com certeza você será bem sucedido.
Roe Mesquita: "A necessidade é a mãe das invenções", quando você achar que está tudo ruim, use isso ao seu favor. Você poderá filtrar e transformar tudo em uma boa ideia.
Agradeço aos dois pela atenção e disposição em participar da entrevista e desejo muita sorte!
Aos amigos que têm acompanhado e visitado o blog, peço que sigam, curtam e indique para os amigos.
Abraços e até o próximo post!
Marcio. R. Gotland
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