"Estude. Fazer quadrinhos pode parecer diversão, mas é um trabalho
tão difícil quanto qualquer outro. Em especial no Brasil onde ainda não
temos uma indústria, e sim, diversos profissionais investindo seu
tempo, energia e foco para projetos independentes."
Olá tripulantes! Tudo legalzinho com todos? Uma das coisas que mais curti fazer desde que dei o start nesta brincadeira séria de blog foram as entrevistas, foram nove entrevistas em 2013, todas muito interessantes e recheadas com conteúdo e histórias de vida inspiradoras, mas, em 2014, devido aos projetos pessoais com o livro de ficção científica, em fase de revisão, e a HQ que estou produzindo (acreditem, vocês serão os primeiros a conferir), não publiquei entrevistas em 2014. Até agora!
A primeira entrevista de 2014 não poderia ser melhor! Nosso entrevistado é o talentoso Felipe Cagno, autor de Lost Kids e com projetos de quadrinhos e cinema em andamento. Bom, confiram a entrevista e saibam como fazer parte de seu próximo projeto: O 321: Fast Comics.
Marcio R. Gotland: Felipe Cagno, quadrinista e cineasta, editor e roteirista do fenômeno Lost Kids, e atualmente tocando um projeto de quadrinhos, em pré-venda no Catarse, o 321: Fast Comics. Além disso, está trabalhando na produção do filme Bala Sem Nome. Conte-nos como é trabalhar com diferentes mídias?
Felipe Cagno: A minha transição do Cinema para o Quadrinho foi bem natural, não foi algo planejado e como ambas são muito próximas em termos de roteiro, não tive muita dificuldade de brincar com elas.
A maior diferença entre as duas mídias, e o principal motivo de eu trabalhar com elas, é o tempo de produção. Enquanto no Cinema demoramos em média dois anos para lançar um filme, nos quadrinhos é possível contar histórias muito mais mirabolantes em muito menos tempo. E muito menos investimento financeiro também. Gosto de trabalhar com quadrinhos tanto quanto cinema pois ambas as mídias são visuais e é dessa forma que gosto de contar minhas histórias.
Felipe Cagno: A minha transição do Cinema para o Quadrinho foi bem natural, não foi algo planejado e como ambas são muito próximas em termos de roteiro, não tive muita dificuldade de brincar com elas.
A maior diferença entre as duas mídias, e o principal motivo de eu trabalhar com elas, é o tempo de produção. Enquanto no Cinema demoramos em média dois anos para lançar um filme, nos quadrinhos é possível contar histórias muito mais mirabolantes em muito menos tempo. E muito menos investimento financeiro também. Gosto de trabalhar com quadrinhos tanto quanto cinema pois ambas as mídias são visuais e é dessa forma que gosto de contar minhas histórias.
M.R.G: Explique-nos um pouco do seu trabalho no filme "Bala Sem Nome":
Felipe Cagno: Eu escrevi, dirigi, editei e co-produzi o “Bala Sem Nome”, foram várias funções em grande parte pelo projeto ser independente. É muito comum essas funções serem divididas entre os mesmo profissionais em produções assim. Com o fim das filmagens em Novembro de 2012, começou o intenso trabalho de pós-produção, trabalho este que continua até hoje. Estamos na reta final, mas ainda tem muito a fazer, na sua maioria na parte de Design de Som. Hoje em dia meu trabalho consiste em administrar a pós-produção, tanto na parte criativa quanto na logística. Todas as decisões passam por mim e pela minha sócia e produtora Eliane Ferreira, temos que manter um cronograma fechado sem perder o foco do produto final já que diversas mudanças e adaptações vão rolando no meio do caminho.
M.R.G: Lost Kids foi e ainda é um sucesso! Fale-nos da experiência de trazer algo com a qualidade gráfica e artística como a de Lost Kids no país e que, certamente, aumentou o patamar de exigência para a produção de HQ no Brasil:
Felipe Cagno: Experiência muito positiva, eu não imaginava que teria tanto respaldo do consumidor de quadrinhos no Brasil ou da comunidade de quadrinistas. Me senti muito bem-vindo, parte do clubinho, e gostei tanto da experiência toda que envolveu o Lost Kids que apostei novamente em quadrinhos. Estamos atravessando um momento criativo e de qualidade altíssima com o Quadrinho no Brasil e me sinto muito acolhido e lisonjeado de fazer parte desse novo cenário. Espero manter o nível editorial com o próximo projeto, o “321: Fast Comics”.
M.R.G: Como foi sua relação com os artistas envolvidos, principalmente os de grande reputação e já consagrados pelo seu trabalho?
Felipe Cagno: Foi tudo muito profissional mesmo rolando bastante amizade. Por se tratar de trabalhos independentes, os artistas mais famosos se envolveram porque gostaram do material, porque sentiram empatia com ele e comigo, então rolou aquele sentimento de amizade mesmo, de que mais estavam ajudando um projeto bacana do que realizando um trabalho para receber no final do mês.
Felipe Cagno: Eu escrevi, dirigi, editei e co-produzi o “Bala Sem Nome”, foram várias funções em grande parte pelo projeto ser independente. É muito comum essas funções serem divididas entre os mesmo profissionais em produções assim. Com o fim das filmagens em Novembro de 2012, começou o intenso trabalho de pós-produção, trabalho este que continua até hoje. Estamos na reta final, mas ainda tem muito a fazer, na sua maioria na parte de Design de Som. Hoje em dia meu trabalho consiste em administrar a pós-produção, tanto na parte criativa quanto na logística. Todas as decisões passam por mim e pela minha sócia e produtora Eliane Ferreira, temos que manter um cronograma fechado sem perder o foco do produto final já que diversas mudanças e adaptações vão rolando no meio do caminho.
M.R.G: Lost Kids foi e ainda é um sucesso! Fale-nos da experiência de trazer algo com a qualidade gráfica e artística como a de Lost Kids no país e que, certamente, aumentou o patamar de exigência para a produção de HQ no Brasil:
Felipe Cagno: Experiência muito positiva, eu não imaginava que teria tanto respaldo do consumidor de quadrinhos no Brasil ou da comunidade de quadrinistas. Me senti muito bem-vindo, parte do clubinho, e gostei tanto da experiência toda que envolveu o Lost Kids que apostei novamente em quadrinhos. Estamos atravessando um momento criativo e de qualidade altíssima com o Quadrinho no Brasil e me sinto muito acolhido e lisonjeado de fazer parte desse novo cenário. Espero manter o nível editorial com o próximo projeto, o “321: Fast Comics”.
M.R.G: Como foi sua relação com os artistas envolvidos, principalmente os de grande reputação e já consagrados pelo seu trabalho?
Felipe Cagno: Foi tudo muito profissional mesmo rolando bastante amizade. Por se tratar de trabalhos independentes, os artistas mais famosos se envolveram porque gostaram do material, porque sentiram empatia com ele e comigo, então rolou aquele sentimento de amizade mesmo, de que mais estavam ajudando um projeto bacana do que realizando um trabalho para receber no final do mês.
M.R.G: Agora vamos ao seu projeto atual no Catarse, o 321: Fast Comics: De onde partiu a ideia de um projeto amplo como esse? Qual a mecânica desse projeto? Conte-nos detalhes importantes:
Felipe Cagno: Quando lancei o Lost Kids no FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) ano passado em Belo Horizonte conheci muitos e muitos artistas sensacionais, a maioria trabalhando para as grandes editoras nos EUA. Mas acabei não conhecendo muitos roteiristas... E como muitos dos artistas diziam que seria bacana colabora em algo no futuro, comecei a pensar como eu poderia trabalhar com vários artistas em um projeto só. Me veio a ideia de uma coletânea de curtas histórias, e cada uma delas desenhada por um artista diferente. À partir daí comecei a pensar como seriam essas histórias e lembrei de um exercício de câmera do meu mestrado de cinema chamado 321, a proposta era fazer um curta-metragem com três páginas de roteiro, dois personagens e uma locação. Mas como nos quadrinhos não importava o número de locações, comecei a pensar em uma nova regra e foi assim que surgiu a mecânica do “321: Fast Comics”:
3 Páginas
2 Personagens
1 Final Surpreendente, um Twist Ending
Desde que essas três regras fossem respeitadas, eu e meus parceiros estávamos livres para brincar com qualquer gênero, personagens, premissas, etc. O livro “321: Fast Comics” trará histórias das mais diversas, desde fantasia, ficção científica até histórias contemporâneas, westerns e muito mais, está ficando bem bacana!
Felipe Cagno: Quando lancei o Lost Kids no FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) ano passado em Belo Horizonte conheci muitos e muitos artistas sensacionais, a maioria trabalhando para as grandes editoras nos EUA. Mas acabei não conhecendo muitos roteiristas... E como muitos dos artistas diziam que seria bacana colabora em algo no futuro, comecei a pensar como eu poderia trabalhar com vários artistas em um projeto só. Me veio a ideia de uma coletânea de curtas histórias, e cada uma delas desenhada por um artista diferente. À partir daí comecei a pensar como seriam essas histórias e lembrei de um exercício de câmera do meu mestrado de cinema chamado 321, a proposta era fazer um curta-metragem com três páginas de roteiro, dois personagens e uma locação. Mas como nos quadrinhos não importava o número de locações, comecei a pensar em uma nova regra e foi assim que surgiu a mecânica do “321: Fast Comics”:
3 Páginas
2 Personagens
1 Final Surpreendente, um Twist Ending
Desde que essas três regras fossem respeitadas, eu e meus parceiros estávamos livres para brincar com qualquer gênero, personagens, premissas, etc. O livro “321: Fast Comics” trará histórias das mais diversas, desde fantasia, ficção científica até histórias contemporâneas, westerns e muito mais, está ficando bem bacana!
M.R.G: Como o público vem recebendo essa proposta? Você tem recebido algum tipo de devolutiva?
Felipe Cagno: Até aqui o projeto não poderia ter tido recepção melhor, desde o envolvimento de tantos artistas incríveis e grandes profissionais da área até o público mesmo que está para lá de curioso para saber como funciona direito essa história de 321... O projeto nem foi lançado ainda e já temos quase 3.000 fãs na página oficial do Facebook, além de já termos levantado 40% da nossa meta no Catarse. Mal posso esperar para compartilhar as histórias finalizadas, está uma mais surpreendente que a próxima.
Felipe Cagno: Até aqui o projeto não poderia ter tido recepção melhor, desde o envolvimento de tantos artistas incríveis e grandes profissionais da área até o público mesmo que está para lá de curioso para saber como funciona direito essa história de 321... O projeto nem foi lançado ainda e já temos quase 3.000 fãs na página oficial do Facebook, além de já termos levantado 40% da nossa meta no Catarse. Mal posso esperar para compartilhar as histórias finalizadas, está uma mais surpreendente que a próxima.
M.R.G: O que, de fato, o seu colaborador no Catarse receberá em suas mãos, em termo de arte?
Felipe Cagno: Só artes do mais alto nível técnico. Todos os artistas envolvidos são profissionais com bastante bagagem e créditos, e pelo que já foi entregue por eles, pode ter certeza que será uma das mais belas coletâneas de quadrinhos no mercado brasileiro. Além de ilustradores top que trabalham para Marvel, DC, Image, e outras editoras norte-americanas, fiz questão de trazer coloristas de alto nível para que todas as páginas do livro sejam de encher os olhos.
M.R.G: Como funciona a pré-venda no Catarse? Como uma pessoa pode reservar o seu exemplar?
Felipe Cagno: Só artes do mais alto nível técnico. Todos os artistas envolvidos são profissionais com bastante bagagem e créditos, e pelo que já foi entregue por eles, pode ter certeza que será uma das mais belas coletâneas de quadrinhos no mercado brasileiro. Além de ilustradores top que trabalham para Marvel, DC, Image, e outras editoras norte-americanas, fiz questão de trazer coloristas de alto nível para que todas as páginas do livro sejam de encher os olhos.
M.R.G: Como funciona a pré-venda no Catarse? Como uma pessoa pode reservar o seu exemplar?
Felipe Cagno: O Catarse é uma plataforma de financiamento coletivo. Ou seja, a pessoa investe no projeto enquanto ele ainda está sendo produzido, uma boa comparação é a compra de apartamentos na planta. Assim como nesses apartamentos, apoiar no Catarse significa fazer o melhor negócio, pelo mesmo investimento você recebe recompensas exclusivas não disponíveis em nenhum outro lugar. Pela confiança que você, leitor, está depositando em um projeto ainda em produção, nos certificamos que será o primeiro a receber em mãos a sua cópia da HQ física e digital além de itens exclusivos como uma série de prints, sua participação em uma das histórias e muito mais.
A pessoa pode garantir seu exemplar acessando o link http://catarse.me/pt/321FastComics e clicando no botão “Apoiar este Projeto”, na próxima página, basta escolher qualquer recompensa acima de R$30. Pronto, é simples assim.
M.R.G: Agora nos fale de sua formação, experiências de vida e referências artísticas e literárias que o levaram a produzir quadrinhos:
Felipe Cagno: Eu me formei em Cinema pela Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP) em São Paulo e depois fiz mestrado, também em Cinema, mas com foco em produção na Chapman University em Orange, Califórnia, do lado de Los Angeles. Passei quase cinco anos em Los Angeles trabalhando com desenvolvimento de roteiro e sempre quis trabalhar com cinema. Mas como um dos roteiros que escrevi era fantasioso demais para ser realizado com um orçamento mais realista, me foi aconselhado adaptá-lo para outra mídia. Optei pelo quadrinho, uma de minhas paixões, e não olhei mais para trás. Eu sempre fui muito fã de quadrinhos, tanto da Marvel quanto da DC e de jogos de RPG e aventura, além, é claro da paixão pelo cinema. Tudo isso foi uma influência na minha vida e posso citar diversas obras que sempre me instigaram a fazer algo naquele gênero. Até por isso meu primeiro projeto, o Lost Kids, era uma aventura em um mundo de fantasia, meu segundo foi o longa-metragem “Bala Sem Nome”, um thriller mais sério e adulto, e agora o “321: Fast Comics” que me deu oportunidade brincar com vários gêneros, alguns que eu nunca me imaginaria fazendo como Velho Oeste e Japão Feudal. Meus próximos projetos são uma comédia romântica para os cinemas e um thriller de espionagem histórico para os quadrinhos.
M.R.G: Agora nos fale de sua formação, experiências de vida e referências artísticas e literárias que o levaram a produzir quadrinhos:
Felipe Cagno: Eu me formei em Cinema pela Faculdade Armando Álvares Penteado (FAAP) em São Paulo e depois fiz mestrado, também em Cinema, mas com foco em produção na Chapman University em Orange, Califórnia, do lado de Los Angeles. Passei quase cinco anos em Los Angeles trabalhando com desenvolvimento de roteiro e sempre quis trabalhar com cinema. Mas como um dos roteiros que escrevi era fantasioso demais para ser realizado com um orçamento mais realista, me foi aconselhado adaptá-lo para outra mídia. Optei pelo quadrinho, uma de minhas paixões, e não olhei mais para trás. Eu sempre fui muito fã de quadrinhos, tanto da Marvel quanto da DC e de jogos de RPG e aventura, além, é claro da paixão pelo cinema. Tudo isso foi uma influência na minha vida e posso citar diversas obras que sempre me instigaram a fazer algo naquele gênero. Até por isso meu primeiro projeto, o Lost Kids, era uma aventura em um mundo de fantasia, meu segundo foi o longa-metragem “Bala Sem Nome”, um thriller mais sério e adulto, e agora o “321: Fast Comics” que me deu oportunidade brincar com vários gêneros, alguns que eu nunca me imaginaria fazendo como Velho Oeste e Japão Feudal. Meus próximos projetos são uma comédia romântica para os cinemas e um thriller de espionagem histórico para os quadrinhos.
M.R.G: O que você diria para alguém que está começando a produzir quadrinhos no Brasil?
Felipe Cagno: Estude. Fazer quadrinhos pode parecer diversão, mas é um trabalho tão difícil quanto qualquer outro. Em especial no Brasil onde ainda não temos uma indústria, e sim, diversos profissionais investindo seu tempo, energia e foco para projetos independentes. É fundamental então o estudo, seja para abrir o seu leque de opções no mercado editorial além das HQs, seja para lhe capacitar a tocar a produção de um quadrinho em todas as fases, de roteiro à impressão gráfica. Faça cursos de roteiro, de artes, de produção gráfica, estude e se prepare.
M.R.G: Links para aqueles que desejam conhecer seu trabalho:
Felipe Cagno:
Felipe Cagno: Estude. Fazer quadrinhos pode parecer diversão, mas é um trabalho tão difícil quanto qualquer outro. Em especial no Brasil onde ainda não temos uma indústria, e sim, diversos profissionais investindo seu tempo, energia e foco para projetos independentes. É fundamental então o estudo, seja para abrir o seu leque de opções no mercado editorial além das HQs, seja para lhe capacitar a tocar a produção de um quadrinho em todas as fases, de roteiro à impressão gráfica. Faça cursos de roteiro, de artes, de produção gráfica, estude e se prepare.
M.R.G: Links para aqueles que desejam conhecer seu trabalho:
Felipe Cagno:
Facebook 321: https://www.facebook.com/321FastComics
Facebook Lost Kids: https://www.facebook.com/lostkidscomic
Facebook “Bala Sem Nome”: https://www.facebook.com/BalaSemNome
M.R.G: Uma frase para encerrar a entrevista:
Felipe Cagno: "Não é fácil produzir entretenimento, e muito menos no Brasil, mas é mais do que gratificante sonhar novos mundos e se aventurar neles."
Agradeço ao Felipe Cagno por participar dessa entrevista especial e desejo muita sorte em seus projetos. Aos amigos peço que participem e apoiem mais um projeto de quadrinho nacional. E não deixem de indicar o blog para seus amigos.
Marcio. R. Gotland
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